Uma nova investigação sugere que dar um ovo por dia a uma criança com mais de 6 meses fornece nutrientes ao cérebro do bebê que ajudam ao seu desenvolvimento
Investigadores de várias universidades dos Estados Unidos concluíram que os bebês que comiam um ovo por dia a partir dos seis meses de idade e pelo menos até ao primeiro aniversário registavam concentrações elevadas de nutrientes que ajudam ao desenvolvimento e ao bom funcionamento de cérebro.
Os bebês que tinham ovos na sua alimentação diária apresentaram valores elevados de colina, outros marcadores biológicos relacionados com a mesma vitamina e ácido docosa-hexaenoico (DHA). A colina é um elemento que faz parte da vitamina B e que tem efeitos positivos no fígado e nos sistemas nervoso e cardiovascular. A falta de colina está associada a problemas renais, musculares e ósseos, hemorragias, alguns tipos de cancro, perda de memória e atrasos no crescimento e desenvolvimento cerebral. O DHA, por sua vez, é um ácido que faz parte do complexo ômega 3 e que contém propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Também revela benefícios ao nível do cérebro e da memória.
Lora Iannotti, autora do estudo e professora da Universidade de Washington em St. Louis, diz que “os ovos têm sido consumidos ao longo da história humana, mas o potencial total deste alimento nutricionalmente completo ainda não foi reconhecido em muitos locais ao redor do mundo com poucos recursos”. Lora acrescenta que “tal como o leite ou as sementes, os ovos são projetados para apoiar o crescimento precoce e desenvolvimento de um organismo e, portanto, são densos em conteúdo de nutrientes” além disso “os ovos fornecem ácidos graxos essenciais, proteínas, colina, vitaminas A e B12, selênio e outros nutrientes em níveis iguais ou superiores aos encontrados noutros produtos alimentares de origem animal, mas são relativamente mais acessíveis”.
Este estudo analisou 163 bebês entre os seis e os nove meses de idade no ano de 2015 no Equador. A investigação dividiu os bebês em dois grupos distintos: um dos grupos, com 80 participantes, comia um ovo por dia e o outro grupo não comia esse alimento. Através de recolhas de sangue, os investigadores mediam os níveis de vitaminas e minerais dos bebés e assim concluíram que o grupo de crianças que incluía ovos na sua alimentação registava níveis de colina e DHA mais elevados, o que melhorava o desenvolvimento e funcionamento de cérebro dessas crianças.
Num artigo anterior, baseado no mesmo estudo e publicado na revista Pediatrics, lia-se que introdução de ovos na alimentação das crianças em tenra idade melhora significativamente o seu crescimento e reduz o risco de um crescimento atrofiado e de baixo peso.
A investigação foi publicada no jornal American Journal of Clinical Nutrition e desenvolvida por autores das universidades Johns Hopkins, do Texas e de Maryland.
Fonte: Revista Visão